O mercado financeiro desempenha um papel impar na economia, ele é responsável por captar os recursos de pessoas que poupam seu dinheiro (ganham mais dinheiro que tem disposição em gastar), e canalizar, para aqueles que desejam gastar mais do que sua renda. 

Podemos dividir o mercado financeiro em Monetário, Capital e Cambial, e vamos descrever cada um deles nos próximos posts. Além disso quero explicar o papel ainda muito forte da poupança, tesouro direto e explicar rapidamente de ações, além de claro, especular um pouco de como será o futuro desse mercado pós pandemia. 

Schumpeter considerado o pai da inovação diz que vivemos em ondas de produção e que a concorrência estimula os empresários a buscarem novas formas de tecnologia para seus produtos; estudiosos de seu legado afirmam que estamos vivenciando dias de mudanças. Novamente como acontecem em 1785 com o início da era da energia hidráulica, até os tempos 1990 com a popularização das redes digitais e softwares. O que vem por aí ainda se espera de “empresários inovadores”. Como ele assim citava. 

Mercado Financeiro – Crédito

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Trata-se da parte do mercado financeiro em que instituições financeiras trabalham na captação de recursos de investidores e os emprestam a pessoas físicas e/ou empresas. O “Spread” como é conhecido é a diferença entre o quanto essas instituições pagam a quem emprestou dinheiro a eles (Ganhos de quem investe) e o quanto é cobrado a quem ela emprestou (Os juros pagos pelo empréstimo), assim que as empresas que trabalham nesse mercado são remuneradas.

Com isso entendemos que essa fatia do Mercado financeiro se divide em

  • Poupadores – Pessoas que guardam recursos para utilizarem em caso de necessidade
  • Tomadores – Pessoas, empresas e até governos, que precisam de recurso para projetos específicos.

Esse é um mercado de alto risco para as instituições que atuam nesse segmento, pois contam com uma alta taxa de inadimplência, Custos altos para administração e manutenção desse setor, impostos e encargos com bastante peso sobre o montante, mesmo assim ainda é lucrativo, pois ele é um dos principais pilares para fazer a economia girar. Projetos novos e investimento de empresas (relembro aqui a citação de Schumpeter, mencionado na primeira parte do artigo) em novos produtos e segmentos, fazem com que essa parte do mercado sempre esteja aquecida.

Mercado Financeiro – Monetário

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A Divisão monetária do mercado financeiro, é responsável por gestão das transferências de mercado em curto prazo (Hoje, ou de um dia para o outro). Investimentos nessa fatia do mercado, são caracterizados de Baixo Risco.

Dividido aqui em dois grandes Grupos para entender melhor

  • Titulo Públicos – Aqui se encaixa por exemplo o Tesouro Direto (Falaremos mais ainda nesse artigo), vendendo esses títulos, o Banco Central consegue medir e atuar na economia do país.
  • Titulo Privados – São títulos emitidos por empresas não necessariamente financeiras, no caso de instituições financeiras é o CDB (Você empresta seu dinheiro ao “banco” em troca de rendimento desse dinheiro)

Quando compra títulos o banco central esta colocando dinheiro na economia, aumentando o volume da liquidez necessária já quando vende, é para equalizar o fluxo de liquidez estabelecida, para a economia no período, retornando dinheiro aos cofres. O mesmo acontece com instituições financeiras particulares, para ganhar mercado com papeis privados, ou segurar um pouco de dinheiro em caixa.

Se você pode, coloque investimentos nesse modelo, por ser conhecido como os que geram rendimentos mais altos no mercado financeiro a curto prazo.

Mercado Financeiro – Capital

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Conhecido como “Mercado de capitais”, esse segmento tem como característica as atividades de movimentação econômica de médio e longo prazo como, ações e debêntures

Aqui são oferecidos duas vertentes

  • Ativos de renda fixa – Os principais são: Debêntures (titulo da divida de uma empresa), Letras financeiras (igual a debêntures só que para instituições financeiras) e Certificado de recebíveis tanto imobiliário (CRI) quanto do agronegócio (CRA).
  • Ativos de renda variável – principalmente são: Ações da bolsa de valores, Derivativos (Valores negociáveis que dependem da variação do preço das ações), Fundos imobiliários (FII) (Investimento em imoveis).

Para o desenvolvimento de projetos grandes as empresas precisam de capital, para muitas vezes coloca-los em pratica, pois bem, esse é o pilar que corrobora com essa iniciativa. Seja pela empresa abrir suas ações na bolsa (IPO), ou abrir um fundo imobiliário para um empreendimento ou até, conseguirem mais tempo para quitarem suas dívidas, o mercado de capitais, está ai para “investir” nesse crescimento das empresas.

Essa parte do Setor financeiro tem a regulação da CMV ligada diretamente ao ministério da Fazendo, auditando e fiscalizando essas negociações, evitando fraudes no setor.

Mercado Financeiro – Cambial

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Esse pilar regula toda entrada e saída de dinheiro de nossas divisas (nosso país), ele é responsável por compra e venda de moeda estrangeira; pagamentos, recebimentos ou transferências feitas daqui para o exterior, ou de la para cá; operações financeiras realizadas com cartão de crédito internacional.

Esse setor, é o que fica mais tempo acordado, quando fecha o dia nos Estados Unidos, está começando o de Hong Kong, o acompanhamento desses mercados é de 24 horas por dia durante 5 dias e meio na semana.

Em duas estruturas, o mercado de câmbio se divide em

  • Mercado primário – que registra a compra e venda de dólar usada dentro e fora do país (você voando a turismo ou a trabalho, importadores e exportadores).
  • Mercado secundário – onde os agentes autorizados vendem moedas entre si, operações entre instituições financeiras.

O mercado de câmbio é considerado a maior divisão e possui o maior índice de liquidez do mercado financeiro, já que cada vez mais cresce o volume e a facilidade de realizar transações internacionais. Esse crescimento acontece em virtude da evolução tecnológica, o que o deve ajudar continuar a crescer essa fatia do mercado.

Esse setor tem a regulação do Banco Central que autoriza as negociações e operações de câmbio.

Poupança

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O conceito que hoje conhecemos como caderneta de poupança no Brasil foi criada por um decreto em 1861, por Dom Pedro II, que ao mesmo tempo criou caixa econômica federal, com a função de receber e remunerar na época em 6% ao ano, quem as tivesse aderido.

Poupança não é investimento, e algumas pessoas confundem isso,

  • Poupança é guardar uma parte dos seus rendimentos, para usar não imediatamente, mas sim em um momento posterior
  • Investimento é aplicar seu dinheiro, com a intenção que ele prospere e retorne rendimentos a fim de aumentar seu total.

Colocar dinheiro na caderneta é para ser usada como reserva emergencial, deve ser feito por todos, ate por investidores de poder alto de capital, qualquer investimento feito se tirado antes de prazos acordados, quase sempre fará você perder dinheiro, ou no melhor cenário deixar de ganhar o que pretendia. Se você busca iniciativas para começar a investir, deve procurar algo de investimento e separar 10% a 15% dos seus ganhos para isso, desse valor separe uma parte para colocar como reserva emergencial e o restante em investimento a mais longo prazo.

Procure sempre guardar um pouco do que ganha, seja na poupança ou em investimento. Acompanhe o artigo que escrevi ‘Foque e planeje sua carreira e futuro‘, ao menos guardar para seus sonhos.

Tesouro direto

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O programa do Tesouro Nacional foi criado em 2002 para compartilhar as negociações dos títulos públicos federais de forma mais simples e rápida. Ele funciona como um empréstimo ao Governo Federal, que precisa captar recursos para financiar seus projetos, com isso você compra papeis do governo.

No mercado financeiro todo não existe um investimento com menor risco que esse. Pois no pior dos cenários, o governo pode emitir papel moeda para honrar a dívida e te pagar.

Entretanto, isso não significa que o investimento não possui risco, para você não receber, todo o sistema bancário precisaria entrar em colapso antes.

Para investir nesse modelo de negocio existem 3 opções do rendimento do dinheiro

  • Prefixado – Esse modelo, quando você adquire o titulo, já sabe exatamente quando vai ganhar no final do período.
  • Indexado IPCA – Esse já é um modelo que uma parte do valor é fixa, e outra varia com o índice de mesmo nome (IPCA), não existe desvalorização do que você investiu, mas os ganhos podem ser maiores ou menores de acordo com o desempenho do índice.
  • Indexado Selic – Aqui ele entrega rendimentos baseados na principal taxa básica de juros do país. É o mais conservador, pela Selic ser uma taxa que “protege” a inflação

Existem algumas variações desses papeis com ganhos baseados em cálculos semestrais, que podem ser pouco mais rentáveis dependendo do momento.

Ações das bolsas de valores

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Só esse tema poderia ser um artigo todo, mas vou tentar simplificar. Ação é uma pequena parte da empresa que ela representa, você comprando uma ação, se torna sócio. Claro na porcentagem que ela representa.

Quem investe na bolsa e comprar ações, é o chamado acionista minoritário, passa a correr riscos sobre aquela empresa, se ela for mal, e pode ter lucro se ela for bem.

  • Vantagens em se comprar ação – Diversidade nos investimentos (pode-se comprar ações de diversas empresas ao mesmo tempo); Liquidez (todo o processo de resgate do seu investimento, ocorre em no máximo 4 dias úteis); Impulso no seu patrimônio (A tendência de ganhos, no longo prazo)
  • Desvantagens – Ansiedade (ações são instáveis, alguns dias elas mal saem do patamar de preço, em outros oscilam bastante, pode causar desconforto a investidor); Tempo (falta de tempo, para analisar e selecionar as melhores ações para investir); Timing (dificuldade em escolher a hora de comprar e vender uma ação).

Para investir aqui, estude, vale a pena, mas o seu investimento precisa que você trabalhe com ele, para ele prosperar.

Pós pandemia, o que esperar do Mercado Financeiro?

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Vivemos uma pandemia do vírus do coronavírus, em que afetou todos os setores da economia, estagnando ou levando a redução de muitos segmentos da economia. O mercado financeiro, não passa ao largo disso, e mesmo com inúmeros esforços do governo em manter a economia, a melhor forma de evitar o contagio é o isolamento social e isso fez com que os mercados sofram uma baixa considerável.

Isso impactou em todos os pilares do mercado financeiro,

  • Crédito – Com as produções paradas, compra de produtos, reduzida e reduções de salários; o crédito foi buscado por empresas e pessoas físicas, que precisam pagar suas contas, isso faz com que alguns tenham que ser recusados, para não haver escassez de crédito no mercado.
  • Monetário – Governo também gera mais dividas em nome dele e tenta ao mesmo tempo segurar a taxa de juros, logo papéis como Tesouro direto, tendem a valer menos a pena para grandes investidores.
  • Capital – Com empresas desaceleradas de um cenário normal, os valores das ações delas custam menos. E isso faz com que a empresa tenha alem do prejuízo de não vender, veem suas marcas valerem menos perante aos investidores.
  • Cambial – Vimos o Dólar e o Euro dispararem, deixando o valor da nossa moeda bem desvalorizada, isso acontece, pois investidores, param de trazer essas moedas para nosso país o que faz o valor do dinheiro que está aqui, valer mais.

Com tudo isso, os economistas ainda acreditam em não ser o momento de vender as ações, desistir de investimentos. Crises acontecem em todas as dimensões, mas elas vão embora. Qualquer movimento no mercado financeiro agora, não muito bem pensado, pode ter uma liquidez ruim.

Quem continua com poder de investimento, é um momento bom se bem planejado e sempre lembrando, o mantra do mercado financeiro ‘Diversificar sempre’, sua carteira de investimento sempre com diferentes frentes, para diluir o risco de perda.

Com isso, no futuro!

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Com toda essa pincelada nos conceitos e as principais diferenças de cada pilar do mercado financeiro, perceba que cada um deles possui uma forma própria de trabalhar e desenvolver os mais diferentes tipos de papéis e responsabilidades para a economia mesmo durante uma crise.

Essas divisões possuem muito espaço para profissionais dedicados e especializados através de certificações e cursos, se você se interessa por esse mercado, estude ele a fundo.

Para investimento em momento de crise, e pós crise não é fácil, mas os cenários de futuro se mostram extremamente vantajosos com a volta, aos poucos, da economia nacional e internacional. Os modelos de negócio vão mudar, trazendo tipos de mercado novos, ou pouco explorados até então, o que faz com que empresas com pensamentos mais tradicionais e resistentes a uma cultura de transformação digital, passe tempos difíceis no rumo ao futuro.

Investir seu dinheiro se mostrou com tudo isso, extremamente necessário para você passar por momentos de crise, você pode começar com valores modestos, se você pode começar é um bom momento, sempre lembrando, o mantra do mercado financeiro é “Diversifique”, por maior ou menor risco e ambição, não coloque todo seu dinheiro em uma única aplicação.

Os cuidados com o orçamento doméstico são essenciais em todos os momentos da vida, isso é fundamental para evitar dívidas.

Bons investimentos!!!

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Texto redigido por mim: Eduardo Silveira
Revisão de ortografia e textos por: Sâmia Nakib

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